domingo, 12 de dezembro de 2010

ABGLT pede beijo gay na Globo


Em carta enviada nesta semana ao Diretor-Geral da Rede Globo, Octávio Frosibal, o Presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), Toni Reis, pede a TV a visibilização do afeto que pode existir entre duas pessoas do mesmo sexo, inclusive por meio da veiculação de cena de um “beijo gay”, ou um “beijo de lesbícas”, a exemplo do que já ocorre em outros países latinoamericanos, como a Argentina, o Chile e o México.

A cena, segundo Toni, agregaria o “importante papel que a transmissora vem cumprindo para a desmistificação da homossexualidade por meio de telejornais e novelas, embora haja exceções, em alguns programas humorísticos que ridicularizam os homossexuais.”

O pedido surge devido à recente polêmica sobre a possibilidade do “beijo gay”, desta vez na série Clandestinos – O sonho começou, que também não foi ao ar, embora esteja disponível na internet no youtube.

Segundo a carta, tem sido divulgado nos meios de comunicação que o motivo que leva – repetidamente – à não transmissão de tais cenas seria a Classificação Indicativa do Ministério da Justiça. Um exemplo disso é a declaração recente do autor Walcyr Carrasco, de que a classificação indicativa “não admite algumas coisas”, “inclusive o beijo gay” em novelas.

Toni alega, entretanto, que a ABGLT teve a oportunidade de ser consultada em reunião promovida pela Secretaria Nacional de Justiça, em 19 de novembro, que teve como tema “Discutindo a classificação indicativa: mídia e violência”. “Na oportunidade, foi esclarecido pela Secretaria Nacional que a classificação indicativa não promove censura, apenas recomenda faixas etárias e, no caso da televisão, estabelece horários recomendados para determinadas faixas etárias. Ainda, foi nos esclarecido que um beijo entre pessoas do mesmo sexo é tratado pela classificação indicativa da mesma forma que um beijo entre heterossexuais, não podendo este órgão promover a discriminação em suas classificações indicativas.”

“A promoção do respeito à diversidade sexual, e a consequente redução do preconceito e da discriminação, se dá em parte pela desmistificação e pela educação em relação àquilo que foge ao padrão imaginário estabelecido. A Rede Globo pode desempenhar um papel ainda mais significativo neste processo”, diz ainda a carta.

A ABLT é uma entidade de abrangência nacional, fundada em 1995, que congrega 237 organizações congêneres e tem como objetivo a defesa e promoção da cidadania desses segmentos da população. A ABGLT também é atuante internacionalmente e tem status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas.

Fonte: Agência de Notícias da Aids

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